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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Esses paulistas...

Deu no Terra: "Casal da Renascer lota ginásio em SP. Após prisão nos EUA, Estevam e Sônia fazem primeira aparição pública no Brasil e pedem orações pelo filho, internado na UTI".

Como se sabe, são picaretas confessos. Mas fazer o quê...

Paulistas Elegeram José Serra e Paulo Maluf várias vezes.

Adoram se divertir em lugares onde há filas.

Dançam música eletrônica como se isso fosse possível de ser dançado.

Ouvem música eletrônica como se isso fosse, realmente, música.

Compram o carnê do Baú.

Segundo pesquisa IBOPE (publicada em janeiro de 2008), 53% dos paulistanos acredita que a cidade de São Paulo está no caminho certo (só se for do abismo!...), apesar de quererem ir morar em outra cidade (55%). Vá entender!

Amam o Gugu e a Hebe.

Acham o Pânico engraçado.

Adoram o gerúndio e acham bonitinho colocar o "então..." no início de todas as frases.


Paulista gosta de cada coisa!...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cotas

Esse texto do Juarez Silva Jr não é exatamente sobre as cotas nas universidades. Mas aproveitei que ele tocou no assunto para alimentar essa discussão.

http://blogdojuarez.amazonida.com/wp/?p=152

"Caro Juarez, com relação a esse assunto das cotas, é importante termos muito cuidado. Eu, particularmente, coloco-me ora contra, ora a favor (calma!… não sofro de distúrbio bipolar… rsrs).

Deixe-me explicar.

Para aqueles que querem acabar com as cotas, posiciono-me firmemente a favor delas, pois sou ciente da intenção mesquinha dos que a elas se opõem, que visam somente perpetuar as desigualdades sociais. O sistema de cotas racha duramente o modelo atual de divisão do trabalho, no qual quem já é rico ou classe média (e branco, na quase totalidade) ocupa os cargos que definem os rumos da sociedade e os pobres (negros e mestiços, em sua maioria) ficam relegados aos trabalhos sem poder de decisão. Isso incomoda muito a quem hoje detém o poder.

Para quem é a favor das cotas, posiciono-me contra alguns modelos que estão sendo apresentados. Se a intenção do Movimento Negro (embora não exista um, mas vários movimentos negros, alguns, inclusive, muito equivocados) é democratizar o espaço social e, não, segregar, então olhar para a cor da pele não é o suficiente.

Para ser mais claro, cito os exemplos dos sistemas de cotas da UNB (Universidade de Brasília) e da UNEB (Universidade do Estado da Bahia). No primeiro, há uma comissão que valida a cor informada no formulário de inscrição, para confirmar ou não se o candidato é negro e merece o sistema de cotas. Já na UNEB, para aceder ao sistema de cotas, o candidato deve se autodeclarar afrodescendente (o que ninguém valida), mas o que irá definir seu direito às cotas é ele ter feito os 3 últimos anos do ensino fundamental em escolas públicas. Penso que esse último sistema é muito mais correto que o primeiro.

Ainda assim, no meu ponto de vista, o sistema de cotas está invertido. Nas universidades públicas deveria ser criada uma cota de 10% para estudantes de qualquer escola, pública ou privada. Os outros 90% deveriam ser exclusivos para quem cursou os 5 ou 7 últimos anos do ensino fundamental em escolas públicas. As universidades públicas devem ser para quem estudou em escolas públicas. Quem pode pagar pelo ensino particular, que o faça também no ensino superior.

Isso seria muito mais democrático. Também não deixaria de ser uma ação afirmativa, já que a maior parte dos estudantes de escolas públicas é composta por afrodescendentes (negros, como você, e mestiços, como eu).

E sem segregar, o que também é importante.

Sérgio Sales."

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Resposta a e-mail.

Recebi, hoje, um email contendo uma suposta notícia sobre a viagem do Presidente Lula para participar da reunião do G20. O e-mail é a reprodução do texto que pode ser lido nesse link: http://www.brasilverdade.org.br/index.php?conteudo=canal&id=429&canal_id=21

Resolvi verificar a veracidade da informação.

A fonte citada (Correio da Tarde) não possui referência nenhuma ao que foi descrito nesse e-mail. As referências que encontrei sobre isso na net continham somente esse mesmo texto, reproduzido irresponsavelmente em vários blogs.

Mas, tudo bem, suponhamos que todas as informações contidas naquele texto são verídicas. A partir daí, vamos botar nossos neurônios pra funcionar um pouco. Vamos por partes.

1. O Presidente Lula hospedou-se num hotel de luxo. Será que os presidentes anteriores faziam e os de outros países fazem diferente? Afinal, para que os hotéis de luxo tem as famosas suítes presidenciais? Ah, esqueci... Lula é nordestino, foi metalúrgico e sindicalista, isso não é pra ele.

2. Lula gosta de cachaça. FHC, o presidente que inventou o apagão, o mensalão, enriqueceu Daniel Dantas (o maior bandido brasileiro da atualidade) e sumiu com o dinheiro das privatizações, tinha uma adega milionária dentro do Palácio da Alvorada, com vinhos e uísques caríssimos. A fonte dessa informação é o jornalista Paulo Henrique Amorim, que afirma para quem quiser ouvir, que esteve nessa adega e pode descrevê-la. Agora, uma pergunta: por que beber uísque pode e cachaça não pode? Eu, particularmente, prefiro cachaça. Ah, claro... cachaça é coisa de nordestino, ou de pobre.

3. O que é uma cegueira cultural? Seria por acaso, não acreditar que a epidemia de gripe suína é uma invenção da mídia, assim como foi a da febre amarela, em que pessoas morreram por que se vacinaram sem necessidade? Seria saber que Sarney não se tornou corrupto de uma hora para outra, mas que agora é esse "monstro" porque se afastou da direita a quem sempre serviu? Seria achar patéticas as afirmações da Miriam Leitão de que o Brasil está indo para o ralo, mesmo com o país emprestando dinheiro ao FMI? Seria sentir nojo de quem disse que Lula ia confiscar a poupança, como fez Collor, quando as medidas tomadas foram justamente para proteger os pequenos investidores (nós, o povo) dos grandes especuladores? Se ser um "cego cultural" é recusar-se a ficar de joelhos perante as idéias reacionárias da classe média e de quem domina a grande mídia, pode ter certeza de que sou um. A propósito, quem inventou esse termo "cegueira cultural" não tem a menor idéia do que seja cultura.

4. Gostei da frase "Os políticos brasileiros não são eleitos por quem lê jornais e sim por quem limpa a bunda com eles", mas, infelizmente, ela ainda não é verdadeira. Quando a democracia da internet acabar de vez com esse jornalismo podre que toma conta do Brasil e essa frase for totalmente verdadeira, podemos ter certeza de que nosso país será muito mais justo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Alô!?

Acabei de atender ao telefone, pela centésima vez essa tarde.
- Alô...
- É da Odonto-algumacoisa? - alguém pergunta do outro lado.
- Não, respondo.
- E de onde estão falando?
Juro que demorei uma eternidade de uns 5 segundos filosofando sobre o que deveria responder.
O que uma pessoa quer saber com uma pergunta assim? Ou, melhor, o que ela vai fazer com a resposta?
E se eu dissesse, por exemplo, "aqui é da Funerária Durma Bem", que diferença faria? O interlocutor iria aproveitar para escolher seu caixão, no lugar de ir ao dentista? Ou iria perguntar: "Por acaso meu dentista passou por aí"?

Atender ao telefone às vezes é um exercício de paciência.

Houve um dia em que ligaram procurando um colega de trabalho. Era de uma empresa de telemarketing, prestando serviço a um banco, se bem recordo.
- Boa tarde! O Sr. Fulano se encontra?
- Não, ele não está, no momento.
- Aqui é do Banco Bufunfa (nome fictício, claro!), nós precisaríamos estar entrando em contato com o Sr. Fulano o mais breve possível. O senhor poderia estar passando um recado para ele?
- Po...
- É para ele estar entrando em contato conosco se possível ainda hoje. Nosso número é 9009 9999.
- Um momento, ainda estou pegando uma caneta. Pode repetir?
- 9009 9999. Estou falando com...
Ahhh... Nem pestanejei:
_ ... migo!
E desliguei.
Mas que cara de pau! Não se identificou, nem sei se era mesmo de um banco e ainda pergunta meu nome dessa forma, sem vaselina!? Sem contar que esse tom ameaçador de quem pergunta o nome ao final da conversa ("com quem eu falei mesmo?") parece que está dizendo: "agora eu sei quem é você, é bom dar o recado!!"

Há também aqueles que consideram os sinais de boa educação apenas obstáculos à objetividade da vida pós-moderna. Ao invés de dizerem um "boa tarde" ou, ao menos, o trivial "alô", disparam o nome da pessoa com quem desejam falar. Obviamente, também já aconteceu comigo:
- Fulano.
- Não, Sérgio - respondi já sabendo o que estava rolando.
- ...
- ...
Uns dez segundos depois...
- Por favor, Fulano está?
- Não.
- "tu... tu... tu..." - bateram o telefone.
O diálogo só poderia ter terminado no mesmo nível de educação do início.

Por essa conversa dá para perceber também que Fulano nunca está nessas horas. Essas preciosidades só acontecem quando ele foi tomar um cafezinho, foi ao banheiro ou fugiu para ir ao banco. Se eu fosse um pouco mais paranóico, ia achar que é o próprio Fulano que liga.

Mas ruim mesmo é quando um colega sai da empresa e os cobradores acham que ele está é se escondendo. Ligam quase todos os dias perguntando pelo sujeito e recebem sempre a mesma resposta: "ele não trabalha mais aqui".
Agora já peguei o jeito. Bolei uma estratégia que sempre funciona, acaba de vez com as ligações. E sem precisar mentir.
- Alô, gostaria de falar com o Fulano.
Ao que respondo, num tom grave:
- Sinto muito, Fulano não está mais entre nós.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

100% MESTIÇO!!

Meu pai é negro. Um negro "tinta fraca", como ouvi há algum tempo, o que já revela certo grau de mistura. Minha mãe, não sei exatamente como definir sua cor. Tem ascendência indígena, apesar da pele clara que deve ter herdado de algum parente distante europeu.

Eu sou marrom. Nem claro nem escuro. Inegavelmente imodesto, sou obrigado a afirmar que é uma cor muito bonita. Bonita e vira-lata. Não tenho a "raça pura" dos brancos europeus, tampouco dos negros da Mãe África. Sequer dos índios nativos, mesmo sendo americano. Sou mestiço ou, como está na moda dizer, 100% mestiço.

Já fui negro, quando, na adolescência, morei no centro-sul do Brasil. Lá eu era preto, ou crioulo. Para os amigos, ou quando queriam algo de mim, era moreno. E, embora tenha decidido não sofrer com o racismo, não pude deixar de perceber e combater sua presença.

Voltei a Salvador e, sem qualquer fenômeno físico aparente, mudei de cor. Aqui, sou branco. E, sinceramente, por muito tempo isso não me incomodou. Quase duas décadas...

Até que perguntaram à minha atual esposa, militante do movimento negro, por que ela havia traído a causa, casando com um homem branco. Branco, eu? "Traiu a causa"? Que causa?

Pergunto-me: se os negros não querem que suas filhas casem com homens brancos, o que havia de errado quando os brancos não queriam suas filhas casadas com negros?

Ingenuamente, eu acreditava que o Apartheid explicitava dois grandes problemas, a discriminação quanto aos direitos civis e a segregação. Pelo que estou percebendo, apenas a primeira deve ser combatida, pois segregados estamos e segregados devemos prosseguir, desde que tenhamos direitos iguais. É o que parece pregar esse movimento meio sem rumo.

Brancos de um lado! Negros do outro!
Ei! Pode parar! E eu? Ou melhor, e nós, quase todos, brasileiros vira-latas? Onde ficamos?
Uma vez que os ortodoxos brancos e negros disputam quem dominará o mundo, creio que cabe aos demais (a grande maioria) a luta contra a segregação.

Como já disse, sempre combati o racismo. Luto por justiça, acima de tudo.
Justamente por isso, quero direitos iguais para todos. Inclusive o direito de não ser visto como negro ou branco, mas como brasileiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Consultoria: a profissão do (ou sem...) futuro?

Quem não conhece a piada, uma das mais rodadas da WEB, do consultor e do pastor de ovelhas?
Só para refrescar sua memória:

"Sujeito para o BMW ao lado de um pastor, na montanha, e pergunta:
- Pastor, se eu adivinhar quantas ovelhas tem no seu rebanho, o sr. me dá uma?
- Sim, responde o pastor
O sujeito puxa o notebook, acopla o celular, acessa A INTERNET, o GPS, enfim, aciona toda sua parafernália tecnológica e atira:
- Pastor, o senhor tem 313 ovelhas.
- Acertou, responde o Pastor. Pode pegar sua ovelha.
O sujeito apanha um animal e volta para o BMW, quando o Pastor retruca:
- Se eu adivinhar a sua profissão, o sr. devolve meu animal?
- Sim, responde o sujeito.
- O sr. é consultor !!!, afirma convicto o pastor.
- Como adivinhou ? responde surpreso o consultor.
- Por três razões:
Primeiro, o senhor se meteu onde não foi chamado.
Segundo, falou o que eu já sabia.
Terceiro, não entende nada do meu negócio. Devolva o meu cachorro."

Essa história nos diz duas coisas muito importantes. Em primeiro lugar, a verdade. O consultor é o especialista em nos dizer o que já sabemos. Mas diz também que a denominação de consultor está desgastada. Está caindo no descrédito.
Mas, para quem pretende entrar nesse mundo lucrativo, calma, nem tudo está perdido!
Você não precisa ser um consultor, quando pode ser um "PERSONAL Alguma Coisa (ou Something...)"! No final das contas dá tudo no mesmo, só que o segundo tem a vantagem de já vir com sobrenome.
E está na moda, o que é outra vantagem.

O que talvez tenha sido o pioneiro nessa nova tendência (palavra, diga-se de passagem, que também está na moda) foi o Personal Trainer (mais conhecido pela população em geral como Personal Trem). Esse consultor faz exatamente o que o instrutor da academia faz, com a diferença de que fica olhando pra sua cara enquanto você sua. É muito comum em academias chiques e a maior vantagem de ter um é poder desfilar com ele entre os aparelhos, já que normalmente é proibido o acesso de animais de estimação em academias.
O Personal Trainer deixa de ser consultor para se tornar um profissional de verdade quando vai até você para fazer um trabalho específico que as academias não oferecem. Mas, nesse caso, ele perde totalmente a importância, porque ninguém vai ver que você tem um.

Já ouviu falar em Personal Stylist? Se você ganhou na Megasena ou ficou rico com futebol, jogando ou casando com um jogador, então, inevitavelmente, um Personal Stylist baterá à sua porta. Nos seis primeiros meses, o trabalho dele se resumirá a fazer você falar corretamente "Per-so-nal Sty-list". Não se engane, para quem não tem fluência em inglês, pronunciar essas duas palavrinhas pode ser uma tarefa mais indigesta do que assistir ao programa da Ana Maria.
Esse profissional(?) existe para que você não resolva ir de roupa de praia a um casamento, por exemplo. Sua atuação é imprescindível junto àquelas pessoas sem um pingo de bom senso, que não tenham espelho em casa e, ainda por cima, não tenham parentes próximos ou vizinhos a quem pedir uma opinião. Caso você se enquadre nesse perfil, não perca tempo, contrate um Personal Stylist imediatamente.

Existe também (pasme!) o PDA Personal Trainer, que irá lhe ajudar a usar o seu aparato tecnológico. É muito útil para quem acha que manual de instruções e bula de remédio só servem para fazer peso na caixa.

O Personal Chef (calma!... não é Personal Chefe, embora a categoria dos puxa-sacos esteja carente desse profissional) é uma versão atual da velha e boa cozinheira. A diferença é que cobra mais caro. Seu público-alvo são as pessoas que não sabem cozinhar, tem preguiça de se dirigir a um restaurante e não sabem usar o telefone pra pedir uma pizza.

Mas de nada adiantarão os serviços de um Personal Chef na sua vidinha simples se não for consultado também o Personal Diet. Evolução de um ser da Pré-História conhecido como Nutricionista, esse, enfim, é um profissional importante na sua vida, pois estabelece parâmetros para que você tenha uma alimentação balanceada e saudável. Espere aí! Esse não era o papel do Nutricionista? Sim, claro. O Personal Diet é algo mais. É, para ser sincero, um algo mais que ainda não descobri o que é... vai ver ele anda com um chicotinho pra bater na sua bunda quando você fugir da dieta. É... deve ser isso.

Pensa que acabou? Para sua surpresa, existe o Personal Friend. Isso mesmo! O Personal Friend é aquele amigo(?) fiel(?) sempre ao seu lado para as mais diversas ocasiões. Sua especialidade são os eventos culturais, mas é também uma espécie de coringa para substituir o Personal Stylist, o seu cachorrinho nas caminhadas matinais, seu motorista, seu psicólogo, seu psiquiatra e até mesmo seus amigos de verdade, caso você os tenha.

Nenhum desses, no entanto, aproxima-se em importância da Personal Sex. Não é uma puta, esqueça isso. Essa profissional ensina a mulher a encontrar os pontos de prazer em seu próprio corpo, as famosas zonas erógenas. Ensina também um tal de Pompoarismo, que numa linguagem mais popular, seria chamado de "ginástica de buceta". Resumindo, a Personal Sex nada mais é do que uma professora de siririca.

Então, se você tem algum talento ímpar ou uma profissão ainda sem equivalente no mundo Personal, seja um pioneiro!
É uma excelente maneira de se dar bem fazendo o que sempre fez ou, melhor ainda, sem fazer absolutamente nada. O retorno é garantido, pois o que não falta é gente besta querendo jogar dinheiro fora.


E pra quem acha que estou inventando:
http://www.personalstylist.com.br/personal.php
http://beleza.terra.com.br/mulher/interna/0,,OI3813164-EI7590,00-Ter+um+chef+para+chamar+de+seu+esta+virando+moda.html
http://www.pdapersonal.com/quemsomos.htm
http://www.tonisa.com.br/
http://www.personaldiet.com.br/
http://www.personalcare.com.br/diet.php
http://www.personalbrecho.com.br/quemsomos.php
http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI3862431-EI1377,00-Personal+sex+ensina+caminhos+de+pontos+Gs+para+a+hora+H.html

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Sol é igual para todos. Já a sombra...

Na última quinta-feira, 25/06/2009, a assistente social Luciana Lopo foi brutalmente espancada e torturada, por cerca de quatro horas, pelo companheiro(?) Adalberto França. Ela teve os dedos cortados, sofreu queimaduras de cigarro e água fervente, além de facadas e tiros. Adalberto fugiu levando o carro de Luciana.

Foi, como já disse, algo brutal.

O fato ocorreu em Vilas do Atlântico, bairro de classe média-alta de Salvador. Desde quinta-feira não se fala em outra coisa no noticiário local. A foto do criminoso tomou a primeira página inteira do jornal Correio da Bahia. A história foi repetidas vezes mostrada, em todas as emissoras de TV. Qualquer soteropolitano sabe enumerar, na ponta da língua, as atrocidades que Luciana sofreu.

A polícia prendeu Adalberto, já em outra cidade, apenas 4 dias depois.
Entidades civis se mobilizam para exigir o rigor da justiça para esse caso e manifestações já estão programadas para as comemorações do Dois de Julho.

Esse Adalberto, sem dúvida, é um monstro!

Mas, se me permitem acrescentar, ele não é só um monstro. É mais que isso, é um monstro burro!
Por que ele não espancou e torturou uma mulher pobre?
Se tivesse feito isso, ainda estaria solto, já torturando outra mulher e certamente não estaria famoso.

Tantas mulheres pobres são espancadas, torturadas e mortas diariamente, sem que os criminosos sejam incomodados pela justiça. A mídia, então, essa nem se fala! Afinal, quem está interessado em saber que a Dona Fulana, lá da periferia imunda, teve os dedos, ou os olhos, ou a dignidade arrancada? Pobre não tem que ter dignidade, isso é coisa de quem tem dinheiro.

Vamos lá, preparem suas faixas para o Dois de Julho, não percam essa oportunidade de protestar.
Ao contrário do que acontece nas periferias, vai demorar para outra mulher rica sofrer tamanha brutalidade.

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Brasil cabe em São Paulo. Será?

Estou com um sério problema de identidade.
A despeito do que dizem meus registros oficiais, às vezes creio não ser brasileiro. Felizmente, para voltar a sê-lo, basta-me desligar a TV!
É quase incrível (só não chega a ser porque vejo e ainda me espanto todos os dias) como o noticiário que se diz nacional só fala em São Paulo.
É o trânsito.
A alta dos preços.
Flagrante de assalto.
Um desconhecido encontrado morto... sempre em São Paulo.

São Paulo não tem um noticiário local?
Se realmente não tem, o Fala Brasil da Record bem que poderia se chamar Fala São Paulo. Fica aqui a sugestão.

Confesso que cheguei a ficar feliz em ver a cobertura da greve dos professores e o confronto com a polícia. Enfim, uma notícia de lá que interessa ao país.
De resto, tudo não passa de um monte de qualquer coisa apenas para perpetuar a grande metrópole como o umbigo do Brasil.

Mas isso não é nada!

Insuportavelmente nauseante mesmo é assistir a um jogo de futebol narrado pela equipe de paulistanos da Band.
Nossa! Ainda bem que os jogos do Brasileirão acontecem fora do horário de almoço. Um não-paulista um pouco mais atento aos comentários poderia ter um treco.
Parece jogo da Seleção! Os times de São Paulo tem a o-bri-ga-ção de ganhar. As falas se completam, sempre no sentido de ajudar o time do Brasil, digo, da capital... quero dizer, da metrópole... ah, você entendeu... como se os jogadores pudessem ouvir os conselhos e realizar um jogo perfeito.

E se o jogo for do Corinthians? Caramba! Aí vira praticamente um Brasil X Argentina! O Neto, então, ah!... esse perde totalmente a compostura. Com aquele sotaque quase (infelizmente, quase) ininteligível, ele dispara críticas vorazes a qualquer um que se atreva a não ser corintiano. Nem o árbitro (ou principalmente ele) escapa.

No último jogo do Corinthians que tentei acompanhar pela TV, logo no início do jogo, um corintiano fez uma falta dura, até merecedora de cartão amarelo, embora não tenha levado nada além de uma bronca do árbitro. O paladino alvi-negro disparou, imediatamente: "Quero ver quando fizerem uma falta no Ronaldo, se ele vai usar o mesmo critério". Confesso que ainda não consegui atingir a compreensão de tão profundo comentário.

Se os paulistanos são os verdadeiros brasileiros, que somos nós, outros, então?
Devemos aprender a falar sempre no gerúndio, com um "i" no meio de tudo?
Será que nosso destino é virarmos uma legião de atendentes de telemarketing?

Perdoem-me os paulistanos mas, particularmente, prefiro desligar a TV.
E continuar baiano. E brasileiro, muito brasileiro.

Ah! Faltou falar da Vênus Platinada, não é?
Poxa... foi mal.
É porque a essa, meu amigo, já tem muito tempo que desisti de tentar assistir.