quarta-feira, 15 de julho de 2009

Por que escrevo?

Estava me perguntando ontem, por que resolvi criar esse blog. Ou, melhor: por que quero escrever nele?
Mesmo sem ainda ter conhecimento dela, tal pergunta vinha me consumindo já há algum tempo. Somente ontem, tomou forma.
E não tinha idéia da resposta, até agora. Foucault mostrou-me o rumo dessa descoberta.

Cheguei a cogitar muitas respostas.

Pensei se não seria por simples vaidade, um desejo de ser admirado como escritor ou pensador. Embora seja uma possibilidade ainda não totalmente descartada, esbarrou, inicialmente, no fato de eu não ter divulgado o sítio e esteja resistindo a fazê-lo. Soma-se a isso a certeza de não ser um grande pensador, o que poderia justificar o envaidecimento.

Definitivamente, não foi para ganhar dinheiro, pois jamais ouvi falar de blogueiro que tenha ficado rico. Alguns, é verdade, obtém bom retorno financeiro com seus blogs. Mas é uma casta privilegiada de pessoas renomadas que, tendo ou não algo interessante a dizer, tem sua marca (ou nome) contratada a peso de ouro.

Seria para mudar o mundo? Pouco provável, para o alcance que este blog pretende ter.

Como disse, ao ler Foucault, comecei a entender essa vontade de escrever.
As idéias tem vida. Elas querem, precisam sair. Gosto de pensar, emitir juízos, debater comigo mesmo. Muito frequentemente, pego-me em diálogos imaginários, debatendo temas polêmicos.
Insanidade? Estou certo que não. São apenas as idéias procurando seu espaço. E, aqui, elas materializam em "zeros e uns" o espaço conquistado, ainda que possivelmente efêmero. Mas está, de qualquer forma, registrado: elas existiram.

Escrevo porque minhas idéias precisam de mim, assim como preciso delas.
Porque preciso ver as letras darem vida à minha felicidade.
Porque preciso, nos momentos de angústia, lembrar quem sou. Ou descobrir. Ou refazer. Ou reinventar.

Nos últimos, aproximadamente, 20 anos, jamais entendi porque fiquei sem escrever compulsivamente, como fazia em minha adolescência. Atribuí isso à falta de inspiração. Talvez tenha sido... talvez não. O fato é que, com ou sem ela, por um tempo esqueci-me da deliciosa batalha de descobrir quem sou. Mas apavora-me a idéia de realmente descobrir; gostoso, mesmo, é tentar.

Nesse tempo, as idéias adormeceram, o debate arrefeceu.

Mas é hora do fogo, novamente.
Sou do debate. Sou da briga.
Sou da tempestade!

Um comentário:

  1. Bom, me sinto muito bem em inaugurar esse espaço de comentários até mesmo pq sou uma fã declarada dos seus textos. É muito bom ler textos inteligente e honestamente hoje nao tenho mas paciencia para tanta encheção de linguiça que vemos por ai.

    Entao meu amigo que bom que esses 20 anos de abstinencia terminaram e que vc voltou a escrever.

    Um cheiro

    Tatah.

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Até pq se eu não gostar vou apagar mesmo!... kk